É brincadeira... Sério! Falar seriamente de brinquedo muita gente já fez. Deixemos, então, aos teóricos as profundidades. Justifiquemos, aqui, apenas as razões que nos levaram a começar a colecionar brinquedos antigos e curiosos. Passeamos muito e nesses passeios vimos muitas feiras e pessoas apaixonadas por carrinhos e bonecas e, a bem da verdade, percebemos o descaso que há com a conservação de nossos objetos-companheiros de infância e fantasia. Parece que pouco restou de tantas montanhas de produtos consumidos e pouco restará das toneladas que serão compradas. Não há uma cultura de conservação.
Tudo bem se as crianças quebram os brinquedos em busca de seus segredos interiores. Mas aos adultos compete a conservação de uma memória mínima sobre o que amamos na infância. Foi brincando que construímos valores e estendemos nossos neurônios. Foi brincando que fizemos os primeiros amigos. Foi brincando que aprendemos a namorar e amar. Foi brincando que experimentamos as primeiras formas de trabalho, sendo agricultores, médicos, professores, engenheiros... Foi brincando que aprendemos a criar, a sonhar e a relaxar. Foi brincando que exploramos todos os limites e aprendemos onde parar.
E então, por que tratamos com descaso nossas lembranças? Por que esquecer que fomos crianças?
E ainda hoje não devemos levar as coisas tão a sério, pois a vida deve ser uma brincadeira de Deus. No mínimo, um jogo mal explicado. Por trás de todos os grandes acontecimentos, há alguma brincadeira. Generais com suas maquetes desenham campos de batalha e talvez não saibam realmente as perdas humanas que podem produzir. Hitler, Stálin, Mao e tantos outros deviam ter brincado mais e levado as coisas com mais imaginação e menos tragédias reais. Afinal, o homem começou brincando com o fogo e, de lá para cá, não parou de se queimar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário